Cidade de Deus: A Luta Não Para estreia muito bem #1

Cidade de Deus: A Luta Não Para estreia muito bem #1


(Reprodução/Max)

O primeiro episódio de "Cidade de Deus: A Luta Não Para" foi ao ar ontem e fez um excelente trabalho ao continuar a história do filme. Era de se esperar que nossa memória não seria capaz de lembra de todos os principais acontecimentos, especialmente de um filme de 22 anos atrás. No entanto, a série consegue, em poucos minutos, transportar o público para o universo do filme com grande facilidade.

Por meio de flashbacks, a narrativa recupera quase todos os personagens principais do longa, situando o público no contexto da trama e também atraindo uma nova geração que pode não ter tido contato com o filme e que começou a assistir à série por acaso.

Quando se trata da HBO, é difícil não criar expectativas, mas, também é compreensível o receio dos fãs do filme em relação à série. O filme é um sucesso de público e crítica, recebeu reconhecimento internacional e já é um dos clássicos do cinema nacional. Portanto, não é fácil criar algo que se aproxime da mesma qualidade.


No entanto, foi uma grata surpresa ver o trabalho promissor de Fernando Meirelles e Kátia Lund neste primeiro episódio. Eles honram a memória do filme e exploram uma nova narrativa com maestria, conseguindo prender a atenção do espectador em pouco tempo de tela.


Comparando de maneira geral, a qualidade técnica da série cria um abismo em relação ao último lançamento da Star+. "A Luta Não Para" consegue acertar onde "Vida Bandida" falhou, mostrando a importância e a necessidade do bom desenvolvimento dos personagens, mesmo em uma série de ação. Tudo na série é apresentado de modo totalmente intrigante sem perder a naturalidade.


Aqui as mulheres ganham destaque, Berenice (Roberta Rodrigues) e Jerusa (Andreia Horta) já se estabelecem como as principais engrenagem na narrativa. Ambas já com sangue nos olhos. Buscapé (Alexandre Rodrigues) continua carismático, mas agora com um problema, ele e sua filha estão vivendo uma fase complicada. Curió (Marcos Palmeiras) cumpre o papel de padrão que se importa com a população e Bradock (Thiago Martins) completa o time sendo uma peça chave para o desenrolar da história, uma pena que suas decisões não parecem ser nem um pouco suas.


Vale ressaltar por fim que apesar do aviso no início do episódio, sobre a série não se basear em fatos reais, ela retrata com precisão a realidade de muitas comunidades. A obra deixa claro que é uma ficção totalmente inventada, mas para quem cresceu ou viveu em uma comunidade, é fácil reconhecer a realidade que a série representa brilhantemente.


O primeiro episódio está disponível no Max, e no próximo domingo, às 21h, estarei pronto para assistir a mais um capítulo desta série promissora.