Glauber Rocha foi um dos mais importantes cineastas do Brasil e um dos principais nomes do Cinema Novo, movimento que revolucionou o cinema nacional na década de 1960.
Nascido em 1939, na cidade de Vitória da Conquista, Bahia, Glauber desde cedo mostrou interesse pelas artes, especialmente pelo teatro e pela literatura.
Sua trajetória no cinema começou como crítica, mas logo passou a dirigir seus próprios filmes, tornando-se um dos diretores mais influentes da história do país.
O Cinema Novo surgiu como uma resposta ao cinema comercial brasileiro e ao modelo hollywoodiano, buscando retratar as realidades sociais e políticas do Brasil de forma mais crítica e inovadora.
Glauber Rocha foi um dos principais porta-vozes desse movimento, defendendo um cinema que mostrasse a miséria, as injustiças sociais e a opressão das classes populares. Ele acreditava que o cinema deveria ser uma ferramenta de transformação social e política.
Seu estilo foi marcado pela experimentação estética e narrativa, misturando elementos do realismo com toques surrealistas e alegóricos. Filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e Terra em Transe (1967) são consideradas obras-primas do Cinema Novo, e traz críticas profundas à exploração do povo brasileiro, à violência e à manipulação política.
Nessas obras, Glauber explorava temas como a seca, o fanatismo religioso e as políticas tensionais, sempre com uma linguagem inovadora, fugindo do convencional.
Uma das suas ideias mais famosas era o conceito de “estética da fome”, que ele defendia em seus textos e filmes. Para Glauber, a miséria e a fome, características do Brasil e da América Latina, não deveriam ser apenas temas, mas também moldar a própria forma dos filmes, criando uma estética crua e impactante, que chocasse o espectador e o levasse à reflexão.
Além de suas inovações temáticas, Glauber também foi desafiado tecnicamente. Seus filmes eram marcados por uma fotografia expressiva, montagem não linear e trilhas sonoras que misturavam elementos da cultura popular e erudita.
Essa combinação de conteúdo crítico e forma inovadora fez de Glauber um nome reconhecido internacionalmente, ganhando prêmios em festivais como Cannes.
Glauber Rocha foi essencial para o Cinema Novo, ajudando a criar um cinema brasileiro autêntico, que dialogasse com as realidades do país. Seu legado permanece vivo, sendo referência para cineastas e críticos, tanto no Brasil quanto no exterior. Ele é lembrado como um dos grandes revolucionários da história do cinema.