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Netflix / Divulgação |
O filme baiano que chegou na Netflix na última terça-feira (5), é de abalar até os corações mais frios.
"Saudade fez morada aqui dentro" já acumula uma série de prêmios e menções nos Festivais Mar del Plata (Argentina) e no Festival de Málaga (Espanha). Além de vencer a primeira edição do prêmio Netflix.
Haroldo Borges dirige a história de Bruno (Bruno Jefferson), um adolescente de 15 anos do interior da Bahia, que recebeu o diagnóstico de que sua visão está se deteriorando e a qualquer momento ele ficará cego.
Aqui a cegueira ganha uma série de significados, aqui o vê e o percebemos são usados de maneiras distintas e o processo de percepção do protagonista quanto a essa concepção é construída de forma magnífica.
Há diversas analogias lindas aqui, desde uma casa abandonada até a cena em que Bruno vê o por do sol com sua mãe, todas extremamente sensíveis.
E que privilégio temos nos brasileiros por termos no nosso vocabulário uma palavra tão rica e tão nossa. "Saudade" é empregada aqui de forma muito intencional, algo que só um brasileiro conseguiria fazer, aliás "saudade é o coração da gente dizendo para onde ele quer voltar", essa frase aparece no trailer e diz muito sobre a obra.
O filme é de uma simplicidade e ao mesmo tempo de uma competência tamanha. Em certo momento você esqueceu que está assistindo um filme, de tão natural e tão envolvido que você fica com a narrativa. A câmera te coloca tão próximo dos personagens que, somado ao talento dos atores, você consegue sentir a alegria e a tristeza de cada momento. Que filme lindo!